Era uma noite como outra qualquer. Uma festa do pessoal da faculdade como outra qualquer.
Era o que Vivi repetia incessantemente para si mesma. Esforço absolutamente inútil de negar o nervosismo absurdo. Friozinho na barriga, sensação de algo no ar que a fazia tremer a mão, tornando quase impossível passar o delineador nos olhos. Coisa que normalmente fazia com uma facilidade e precisão incríveis.
Parou um pouco a maquiagem, passou as mãos nos cabelos, com um suspiro profundo.
Era a primeira vez que ia sair solteira, depois de terminar um namoro de quatro anos com o Edu. Sim, definitivamente, só podia ser... Nervosismo de reestréia!
Riu, se olhando no espelho.
Mas no fundo sabia que não era só isso.
Tinha terminado com ele sem motivo aparente. Apenas uma inquietação fora do normal. Uma sensação de que precisava, merecia e teria mais. Muito mais da vida e do mundo.
Só então prestou atenção na música que tocava no MP4 amplificado... E sorriu.
“Ojos Así” (Shakira). Parecendo anunciar a mudança que lentamente se estabelecia. E que tinha começado da maneira mais repentina.
Três meses atrás...
Era o primeiro dia de aula do 3º período. Vivi estava sentada na frente, quase colada no quadro negro, entre Carlinha e Lu, suas amigas inseparáveis, quando de repente...
Ela... Entrou na sala.
A pele muito branca contrastando com os cabelos negros com mechas - Azuis! - muito lisos cortados num chanel repicado, de franja arredondada e comprida, deixando a nuca à mostra. Óculos escuros, calça jeans rasgada. Ao invés de livros, um capacete de moto na mão. E um andar que era tão...
Tudo na aparência da aluna nova era selvagem, rebelde, quase agressivo. E apesar de parecer engolir qual um buraco negro tudo aquilo que Vivi tinha como certo, seguro e conhecido, foi incontrolável, irresistível, impossível não acompanhá-la com os olhos.
Claro que Marcela – depois acabou sabendo o nome dela – se tornou o assunto preferido da turma. As informações chegavam aos ouvidos de Vivi de forma involuntária: Marcela tinha destrancado a matrícula depois de três semestres afastada, era a quarta geração de uma família conhecida de advogados, juízes e desembargadores, e estava na faculdade de direito obrigada. Vinte e dois anos, guitarrista e vocalista de uma banda de rock, só se vestia de preto. Fumava maconha, tinha piercing na orelha e na língua, um tribal tatuado nas costas em cima das nádegas, era absurdamente estilosa e gostava de... Mulheres.
Especulações ou não, despertaram em Vivi um interesse quase insuportável. Que a fazia se retirar da cantina, da biblioteca, de uma rodinha de amigos, todo lugar aonde Marcela chegasse.
Evitar qualquer tipo de contato não era algo consciente. Muito pelo contrário. Cada vez que fugia, Vivi se recriminava. Mas não conseguia superar a estranha inquietação que a presença dela causava. Muito menos a reação instintiva, irreprimível, imediata. Como se soubesse, intuísse, pressentisse na outra um perigo incalculável.
De vez em quando não conseguia se conter – "Pura curiosidade!" - Era o que dizia para si mesma, sem, no entanto, realmente se enganar – e olhava disfarçadamente para Marcela, sempre sentada no fundo da sala de óculos escuros, fones no ouvido, a cabeça encostada na parede e os pés em cima de uma cadeira na frente dela, numa postura evidente de “Cagando e andando”.
Até o dia fatídico na xerox.
Tinha acabado de pegar umas 30 folhas que o professor de direito civil tinha pedido para lerem. Virou equilibrando o fichário, os códigos, as xerox, quando levou um encontrão que fez tudo o que segurava ir direto para o chão. Já ia soltar um:
- Não olha por onde anda não?
Quando percebeu que tinha esbarrado... Nela.
Ao contrário de tudo o que Vivi esperava, Marcela foi completa e absolutamente simpática:
- A culpa foi minha. Desculpa. Deixa eu te ajudar...
Vivi ficou parada, ou melhor, paralisada sob o efeito da voz hipnotizante, que pareceu entrar dentro dela. Marcela entregou o fichário e os livros para Vivi, e se abaixou para catar os papéis espalhados pelo chão.
Tirando Vivi do estado de torpor em que estava para se abaixar na frente dela. Tão perto que começou a reparar em pequenos detalhes: Marcela usava uma pulseira de couro no pulso direito, e um anel prateado grosso no dedão esquerdo. Que ficavam perfeitos nela, como todo o resto.
O último pensamento fez Vivi ficar sem ar. Ainda não estava preparada para confessar, nem para si mesma, o real motivo de Marcela a deixar naquele estado.
Levantaram-se ao mesmo tempo. Ficaram paradas frente a frente. Marcela tirou os óculos, e Vivi viu os olhos dela pela primeira vez.
Doces, muito doces, mas sem nada de calmos. Olhos que pareciam um mar negro tão profundo que se perder neles se tornava fácil.
- Desculpe mesmo...
Em resposta, Vivi apenas gaguejou, sem conseguir desviar o olhar da negritude magnética:
- Tu... Tudo bem...
Louca para ir embora e esquecer aquela sensação estranha, desconhecida, surreal. Mas Marcela estendeu a mão, com um sorriso enorme e... Abusivamente sedutor:
- Prazer. Marcela.
Hesitante, Vivi apertou a mão que a outra oferecia, sentindo todos os pelos do corpo se arrepiarem. Livrou-se com pressa da mão abrasiva, e se virou para se afastar o mais rápido possível.
Mas Marcela a impediu:
- Seu nome... Você não me disse.
Meio de costas, sem olhar para Marcela de novo, torcendo para que a voz não tremesse e falhasse tanto quanto todo o resto, Vivi respondeu:
- Viviane.
Fugiu. Assustada, confusa e trêmula. Sentindo que tinha acabado de viver um daqueles momentos inexplicavelmente marcantes.
***
Pela milionésima vez, Vivi se olhou no espelho. Tinha se arrumado toda, caprichando no visual. Sabia que naturalmente já era bonita, mas...
Naquela noite, os cabelos ruivos compridos, os olhos de esmeralda, as pequenas sardas na pele sempre bronzeada, o corpo esculpido por anos de dança pareciam... Insuficientes para conseguir aquilo que... Sequer sabia direito o que queria...
Insegura, nervosa, ansiosa e... Sentindo-se apenas razoável.
Perfeito! Tudo o que precisava, realmente...
A repetição automática da música a fez ouvir mais uma vez:
“Y conocí tus ojos negros (E conheci teus olhos negros)
Mas no fundo sabia que não era só isso.
Tinha terminado com ele sem motivo aparente. Apenas uma inquietação fora do normal. Uma sensação de que precisava, merecia e teria mais. Muito mais da vida e do mundo.
Só então prestou atenção na música que tocava no MP4 amplificado... E sorriu.
“Ojos Así” (Shakira). Parecendo anunciar a mudança que lentamente se estabelecia. E que tinha começado da maneira mais repentina.
Três meses atrás...
Era o primeiro dia de aula do 3º período. Vivi estava sentada na frente, quase colada no quadro negro, entre Carlinha e Lu, suas amigas inseparáveis, quando de repente...
Ela... Entrou na sala.
A pele muito branca contrastando com os cabelos negros com mechas - Azuis! - muito lisos cortados num chanel repicado, de franja arredondada e comprida, deixando a nuca à mostra. Óculos escuros, calça jeans rasgada. Ao invés de livros, um capacete de moto na mão. E um andar que era tão...
Tudo na aparência da aluna nova era selvagem, rebelde, quase agressivo. E apesar de parecer engolir qual um buraco negro tudo aquilo que Vivi tinha como certo, seguro e conhecido, foi incontrolável, irresistível, impossível não acompanhá-la com os olhos.
Claro que Marcela – depois acabou sabendo o nome dela – se tornou o assunto preferido da turma. As informações chegavam aos ouvidos de Vivi de forma involuntária: Marcela tinha destrancado a matrícula depois de três semestres afastada, era a quarta geração de uma família conhecida de advogados, juízes e desembargadores, e estava na faculdade de direito obrigada. Vinte e dois anos, guitarrista e vocalista de uma banda de rock, só se vestia de preto. Fumava maconha, tinha piercing na orelha e na língua, um tribal tatuado nas costas em cima das nádegas, era absurdamente estilosa e gostava de... Mulheres.
Especulações ou não, despertaram em Vivi um interesse quase insuportável. Que a fazia se retirar da cantina, da biblioteca, de uma rodinha de amigos, todo lugar aonde Marcela chegasse.
Evitar qualquer tipo de contato não era algo consciente. Muito pelo contrário. Cada vez que fugia, Vivi se recriminava. Mas não conseguia superar a estranha inquietação que a presença dela causava. Muito menos a reação instintiva, irreprimível, imediata. Como se soubesse, intuísse, pressentisse na outra um perigo incalculável.
De vez em quando não conseguia se conter – "Pura curiosidade!" - Era o que dizia para si mesma, sem, no entanto, realmente se enganar – e olhava disfarçadamente para Marcela, sempre sentada no fundo da sala de óculos escuros, fones no ouvido, a cabeça encostada na parede e os pés em cima de uma cadeira na frente dela, numa postura evidente de “Cagando e andando”.
Até o dia fatídico na xerox.
Tinha acabado de pegar umas 30 folhas que o professor de direito civil tinha pedido para lerem. Virou equilibrando o fichário, os códigos, as xerox, quando levou um encontrão que fez tudo o que segurava ir direto para o chão. Já ia soltar um:
- Não olha por onde anda não?
Quando percebeu que tinha esbarrado... Nela.
Ao contrário de tudo o que Vivi esperava, Marcela foi completa e absolutamente simpática:
- A culpa foi minha. Desculpa. Deixa eu te ajudar...
Vivi ficou parada, ou melhor, paralisada sob o efeito da voz hipnotizante, que pareceu entrar dentro dela. Marcela entregou o fichário e os livros para Vivi, e se abaixou para catar os papéis espalhados pelo chão.
Tirando Vivi do estado de torpor em que estava para se abaixar na frente dela. Tão perto que começou a reparar em pequenos detalhes: Marcela usava uma pulseira de couro no pulso direito, e um anel prateado grosso no dedão esquerdo. Que ficavam perfeitos nela, como todo o resto.
O último pensamento fez Vivi ficar sem ar. Ainda não estava preparada para confessar, nem para si mesma, o real motivo de Marcela a deixar naquele estado.
Levantaram-se ao mesmo tempo. Ficaram paradas frente a frente. Marcela tirou os óculos, e Vivi viu os olhos dela pela primeira vez.
Doces, muito doces, mas sem nada de calmos. Olhos que pareciam um mar negro tão profundo que se perder neles se tornava fácil.
- Desculpe mesmo...
Em resposta, Vivi apenas gaguejou, sem conseguir desviar o olhar da negritude magnética:
- Tu... Tudo bem...
Louca para ir embora e esquecer aquela sensação estranha, desconhecida, surreal. Mas Marcela estendeu a mão, com um sorriso enorme e... Abusivamente sedutor:
- Prazer. Marcela.
Hesitante, Vivi apertou a mão que a outra oferecia, sentindo todos os pelos do corpo se arrepiarem. Livrou-se com pressa da mão abrasiva, e se virou para se afastar o mais rápido possível.
Mas Marcela a impediu:
- Seu nome... Você não me disse.
Meio de costas, sem olhar para Marcela de novo, torcendo para que a voz não tremesse e falhasse tanto quanto todo o resto, Vivi respondeu:
- Viviane.
Fugiu. Assustada, confusa e trêmula. Sentindo que tinha acabado de viver um daqueles momentos inexplicavelmente marcantes.
***
Pela milionésima vez, Vivi se olhou no espelho. Tinha se arrumado toda, caprichando no visual. Sabia que naturalmente já era bonita, mas...
Naquela noite, os cabelos ruivos compridos, os olhos de esmeralda, as pequenas sardas na pele sempre bronzeada, o corpo esculpido por anos de dança pareciam... Insuficientes para conseguir aquilo que... Sequer sabia direito o que queria...
Insegura, nervosa, ansiosa e... Sentindo-se apenas razoável.
Perfeito! Tudo o que precisava, realmente...
A repetição automática da música a fez ouvir mais uma vez:
“Y conocí tus ojos negros (E conheci teus olhos negros)
Y ahora si que no (e agora sei que não)
Puedo vivir sin ellos yo (posso viver sem eles)
Le pido al cielo solo un deseo (peço aos céus só um desejo)
Que en tus ojos yo pueda vivir" (Que em teus olhos eu possa viver)
Desligou o som. Olhou-se no espelho uma última vez. Ainda achando mil defeitos. Deu de ombros, e saiu assim mesmo.
Na verdade, estava perfeita. Só que não enxergava. Nem poderia, com o turbilhão que levava por dentro.
***
Quando chegou, o apartamento já estava muito cheio, e a fumaça dos cigarros não deixava ver direito as pessoas bebendo e dançando lá dentro.
Cumprimentou alguns colegas de turma na porta, os olhos rapidamente percorrendo a sala e encontrando o que procuravam: a dona da festa.
Marcela já vinha em direção à ela, com aquele sorriso enorme que sempre dava de graça quando se encontravam.
- Vivi! Que bom que você veio!
Dois beijinhos e Marcela voltou a desaparecer no meio da sala lotada de gente.
Vivi ficou um pouco desapontada. Decepcionada até.
Tanto que se assustou.
Recapitulou para si mesma: não gostava de mulher. Apenas... Apreciava a companhia de Marcela!
Depois do episódio da xerox, tinham se tornado muito amigas. Batia com ela papos enormes, absolutamente interessantes, inteligentes, divertidos.
Se bem que... Sempre se arrepiava quando no meio da conversa, a mão de Marcela pousava displicentemente na coxa dela.
Nada demais, nenhuma intenção escusa por detrás daquele contato. Marcela era o tipo de pessoa que não conseguia conversar sem tocar. Para total desespero de Vivi, porque... A cada passada de mão na perna, sentia um calor insano se espalhar pelo corpo inteiro. E o pior: era evidente que Marcela não sentia o mesmo.
Perdida nesses pensamentos, nem percebeu Carlinha chegando com duas latas de cerveja na mão.
- Oi Vivi! Amiga, isso aqui tá uma loucura! Chegou agora?
- É.
- Nossa, você caprichou, hein! Tá vestida para matar!
***
Amiga de Vivi desde os 10 anos de idade, provavelmente Carlinha era a pessoa que mais a conhecia.
- Todo mundo já ta sabendo que você e o Edu terminaram.
- E como será que a notícia se espalhou tão rápido? Eu só contei pra você!
- É, eu dei uma ajudinha...
Carlinha riu, sabendo que a amiga ia gostar. Colocou uma das latinhas na mão de Vivi e a arrastou pelo meio da sala.
Vivi não soube como, no meio da confusão, Carlinha conseguiu um sofá vazio onde se sentaram. E é lógico, um sofá com uma vista privilegiada da sala.
Assim que se acomodaram, Carlinha começou:
- E aí, amiga, viu alguma coisa interessante?
- Não e nem tô a fim disso.
- Até parece, né? Produzida desse jeito? Com certeza já tem até um alvo.
Os olhos de Vivi percorreram a sala, e encontraram Marcela parada, fumando um cigarro. Será que era o efeito da cerveja, ou a forma dela segurar o cigarro e tragar era absurdamente provocante?
Vivi ficou com uma cara meio abobada. Marcela percebeu, porque riu antes de sair do alcance da vista dela.
- Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas vou dar uma voltinha.
E dizendo isso, Carlinha levantou e desapareceu no meio das pessoas. Foi quando, do nada, Marcela surgiu. E se sentou... Do lado de Vivi.
- Quer? – Marcela perguntou, estendendo uma latinha de cerveja.
- Obrigada... – Vivi respondeu pegando a cerveja e pensando, meio sem saber exatamente o sentido: - Claro que sim.
- Qual é a graça?
Muito sem graça ao perceber que estava rindo sozinha, a única coisa que Vivi conseguiu articular foi:
- Nada.
- Na verdade eu vim aqui com uma missão. - Marcela a olhou tão profundamente ao falar, que por um momento Vivi prendeu a respiração.
- Ãh? Como assim? – apesar de se sentir meio idiota, Vivi não teve como não perguntar.
Marcela sussurrou:
- Digamos que tem uma pessoa a fim de você.
E Vivi se perguntou se um coração poderia bater mais rápido do que o dela naquele momento sem maiores complicações.
Puedo vivir sin ellos yo (posso viver sem eles)
Le pido al cielo solo un deseo (peço aos céus só um desejo)
Que en tus ojos yo pueda vivir" (Que em teus olhos eu possa viver)
Desligou o som. Olhou-se no espelho uma última vez. Ainda achando mil defeitos. Deu de ombros, e saiu assim mesmo.
Na verdade, estava perfeita. Só que não enxergava. Nem poderia, com o turbilhão que levava por dentro.
***
Quando chegou, o apartamento já estava muito cheio, e a fumaça dos cigarros não deixava ver direito as pessoas bebendo e dançando lá dentro.
Cumprimentou alguns colegas de turma na porta, os olhos rapidamente percorrendo a sala e encontrando o que procuravam: a dona da festa.
Marcela já vinha em direção à ela, com aquele sorriso enorme que sempre dava de graça quando se encontravam.
- Vivi! Que bom que você veio!
Dois beijinhos e Marcela voltou a desaparecer no meio da sala lotada de gente.
Vivi ficou um pouco desapontada. Decepcionada até.
Tanto que se assustou.
Recapitulou para si mesma: não gostava de mulher. Apenas... Apreciava a companhia de Marcela!
Depois do episódio da xerox, tinham se tornado muito amigas. Batia com ela papos enormes, absolutamente interessantes, inteligentes, divertidos.
Se bem que... Sempre se arrepiava quando no meio da conversa, a mão de Marcela pousava displicentemente na coxa dela.
Nada demais, nenhuma intenção escusa por detrás daquele contato. Marcela era o tipo de pessoa que não conseguia conversar sem tocar. Para total desespero de Vivi, porque... A cada passada de mão na perna, sentia um calor insano se espalhar pelo corpo inteiro. E o pior: era evidente que Marcela não sentia o mesmo.
Perdida nesses pensamentos, nem percebeu Carlinha chegando com duas latas de cerveja na mão.
- Oi Vivi! Amiga, isso aqui tá uma loucura! Chegou agora?
- É.
- Nossa, você caprichou, hein! Tá vestida para matar!
***
Amiga de Vivi desde os 10 anos de idade, provavelmente Carlinha era a pessoa que mais a conhecia.
- Todo mundo já ta sabendo que você e o Edu terminaram.
- E como será que a notícia se espalhou tão rápido? Eu só contei pra você!
- É, eu dei uma ajudinha...
Carlinha riu, sabendo que a amiga ia gostar. Colocou uma das latinhas na mão de Vivi e a arrastou pelo meio da sala.
Vivi não soube como, no meio da confusão, Carlinha conseguiu um sofá vazio onde se sentaram. E é lógico, um sofá com uma vista privilegiada da sala.
Assim que se acomodaram, Carlinha começou:
- E aí, amiga, viu alguma coisa interessante?
- Não e nem tô a fim disso.
- Até parece, né? Produzida desse jeito? Com certeza já tem até um alvo.
Os olhos de Vivi percorreram a sala, e encontraram Marcela parada, fumando um cigarro. Será que era o efeito da cerveja, ou a forma dela segurar o cigarro e tragar era absurdamente provocante?
Vivi ficou com uma cara meio abobada. Marcela percebeu, porque riu antes de sair do alcance da vista dela.
- Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas vou dar uma voltinha.
E dizendo isso, Carlinha levantou e desapareceu no meio das pessoas. Foi quando, do nada, Marcela surgiu. E se sentou... Do lado de Vivi.
- Quer? – Marcela perguntou, estendendo uma latinha de cerveja.
- Obrigada... – Vivi respondeu pegando a cerveja e pensando, meio sem saber exatamente o sentido: - Claro que sim.
- Qual é a graça?
Muito sem graça ao perceber que estava rindo sozinha, a única coisa que Vivi conseguiu articular foi:
- Nada.
- Na verdade eu vim aqui com uma missão. - Marcela a olhou tão profundamente ao falar, que por um momento Vivi prendeu a respiração.
- Ãh? Como assim? – apesar de se sentir meio idiota, Vivi não teve como não perguntar.
Marcela sussurrou:
- Digamos que tem uma pessoa a fim de você.
E Vivi se perguntou se um coração poderia bater mais rápido do que o dela naquele momento sem maiores complicações.
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Nunca me canso dessa história, 3° vez que lerei, e mesmo não lendo, lembro de pedaços e <333
ResponderExcluirAmo esse conto! Acho que eh a quarta vez q estou lendo ele *---*
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