Mil coisas passaram pela cabeça de Vivi. Milhares de pensamentos. Um deles infinitamente melhor e mais assustador do que todos os outros, porque... Não era para Vivi estar gostando tanto da idéia: "Será que Marcela estava a fim dela?"
A ruiva ficou quieta, sem saber o que falar. Evitou olhar para Marcela, com medo que pudesse, nessa simples troca de olhar, se entregar.
Virou a latinha de cerveja de uma só vez. Marcela a olhou estranhando, e depois riu, divertida.
Vivi teve a impressão que Marcela ia falar alguma coisa, mas Carlinha apareceu dançando, e dizendo:
- Toma isso, tá divino!
Depois de colocar um copo cheio de Caipirinha na mão de Vivi, a amiga sumiu novamente.
Vivi provou a bebida. Estava fortíssima, desceu queimando pela garganta, o que foi estranhamente reconfortante.
- Quer provar? - perguntou pra Marcela, que continuava a olhar para ela num misto de diversão e surpresa.
- Não, obrigada. Eu não sabia que você bebia, Vivi. Aliás, acho melhor você não misturar.
- E por que não?
A frase soou um pouco agressiva, e Vivi aproveitou para dar um bom gole, em desafio. Não sabia porque, mas estava irritada com Marcela.
- Tudo bem, não está mais aqui quem falou.
Com a resposta de Marcela, a exasperação de Vivi só aumentou. Deu mais três goles, fingindo que olhava para as pessoas da festa, mas no fundo o que queria saber mesmo era se Marcela estava olhando para ela.
A essa altura, já estava ficando um pouco tonta. Sempre tinha sido fraca para bebida, bastavam dois chopes para ficar colocada. E aquela Caipirinha estava um perigo!
Com certeza foi por isso - só por isso - que olhou bem para Marcela, e soltou a pergunta que não queria calar:
- Quem tá a fim de mim?
Marcela demorou a responder? Para Vivi pareceu que ficou uma eternidade olhando firme, ou melhor... Tentando fixar o olhar em Marcela antes da resposta:
- O Guilherme.
Vivi deixou escapar :
- Guilherme? Quem diabos é Guilherme?
- Aquele ali. - Marcela respondeu apontando para um cara bem bonito por sinal, que acenou antes de se aproximar sorrindo.
Marcela se levantou bem na hora em que o tal carinha chegou e parou na frente de Vivi.
- Guilherme, Vivi. Vivi, Guilherme – apresentou e saiu fora rapidamente.
O carinha, coitado, ficou sorrindo um sorriso bobo, parecia – e provavelmente já estava - meio alto.
Vivi passou a mão nos cabelos, jogando-os para trás, tentando ganhar tempo. Com muita vontade de matar Marcela.
Foi quando viu o par de olhos negros do outro lado da sala observando-a atentamente. “Ah, é assim? Então tudo bem!”
Movida pela raiva, deu o maior beijo na boca do tal do Guilherme, que retribuiu puxando Vivi pra sentar no colo dele no sofá.
Imediatamente se arrependeu. Achando a coisa toda fora do controle demais. Não tinha nada a ver ficar sentada no colo de um cara que nem conhecia só porque... Por que mesmo?
Não tinha mesmo nenhuma razão ou sentido palpáveis.
Sem se importar com o que o tal Guilherme ia pensar, Vivi levantou quase de um salto e saiu de perto dele o mais rápido possível.
- Caramba, Vivi, o que foi que deu em você? - disse uma Carlinha toda suada de tanto dançar - O cara era muito gato!
Mas a única preocupação da ruiva era:
- Viu a Marcela?
Ao constatar que ela não estava mais em nenhum lugar da sala...
- Ih, a Marcela foi pro quarto dela, disse que tava com dor de cabeça. Olha só: me pediram pra levar esse brownie pra ela, você leva?
Sem esperar a resposta, Carlinha depositou o brownie na mão de Vivi e se afastou dançando.
Vivi não hesitou. Nem por um momento. Entrou no corredor escuro com o coração batendo forte no peito.
***
A porta do quarto estava entreaberta. Pela fresta da porta, Vivi observou Marcela deitada na cama. Os olhos fechados, a luz fraca do abajur dando ao rosto dela um toque quase mágico de tão belo...
Ficou ali parada, estática, olhando boquiaberta. Ao som da música que preencheu o espaço entre elas. “Nothing Else Matters” (Metallica)
Como se sentisse a presença de Vivi, Marcela abriu os olhos. E quando a viu, abriu o mais lindo de todos os sorrisos...
- Entra. Encosta a porta.
Vivi fez mais do que ela pediu. Não só fechou como trancou a porta. O coração não batia, martelava...
Sentou na beira da cama e Marcela pousou a mão na coxa dela com uma intimidade tão natural quanto foi para Vivi dar o brownie para Marcela na boca.
Quando terminou de comer, Marcela limpou os dedos de Vivi lambendo-os de uma forma absolutamente sensual. Vivi estremeceu, e Marcela percebeu, porque a olhou diferente. Profundamente.
Quando os olhos se encontraram, os de Vivi continham um apelo mudo, indiscutível. Os de Marcela continuavam indecifráveis, como tudo nela. Unindo-os, apenas um entendimento mudo. Reconheciam-se.
Então, Marcela a puxou com inegável gentileza, e quando as bocas se tocaram pela primeira vez, para Vivi foi como se o mundo mudasse... Com aquele beijo diferente de todos os outros...
E aquele primeiro beijo foi, sem dúvida, o momento de prazer mais intenso de toda a vida de Vivi. Uma vontade que chegava a doer, e que ela nem sabia que existia...
A textura da pele de Marcela, o cheiro, o piercing na língua... Nunca tinha sentido nada parecido...
Devagar, com uma lentidão intensa e deliberada que deixou Vivi ofegante e trêmula, Marcela a despiu, peça por peça.
As mãos e os lábios experientes percorrendo o corpo inteiro da ruiva de uma forma quase angustiante.
Vivi, por outro lado, arrancou as roupas de Marcela o mais rápido que pôde, ansiosa demais para ser delicada como ela.
Tocando-a, beijando-a com uma voracidade puramente instintiva. Com falta de ar, quase sufocando de tanto desejo...
- Calma... - Marcela sussurrou no ouvido de Vivi antes de beijá-la novamente.
Mas Vivi era pura pressa. Com os braços ao redor do pescoço de Marcela, gemendo alto sem perceber...
Suspirando, implorando, oferecendo... Contaminando Marcela com a urgência que tomava conta dela...
Apossou-se de Vivi com total consentimento. Saboreando, incitando, surpreendendo... A delicadeza torturante da boca nos seios, a maciez das mãos femininas desvendando intensamente, acariciando o corpo de Vivi inteiro...
Abrindo, mostrando que entre elas nada era segredo... Tocando entre as coxas, enfiando os dedos como se revelasse a alma profundamente...
E então, Marcela já estava em cima de Vivi, esfregando pele na pele, sentindo e causando matizes de prazer idênticas...
Mas Vivi precisava de mais para ficar satisfeita. Empurrou-a, trocando de posição. E então pode procurar, encontrar, trilhar seu caminho no corpo maravilhoso de Marcela.
Com um prazer profundo, latente, Vivi saboreou a pele quase vampiresca de tão branca... Suave, macia e quente... Tão quente que chegava a queimar... Deliciada em fazê-la gemer e se contorcer, explorou aquele calor por inteiro... A boca, a língua, os dedos parecendo pouco para o tamanho do próprio desejo... Parou no interior das coxas. Experimentando a textura, o cheiro...
As mãos de Marcela a puxaram, enfiaram-se nos cabelos ruivos, mas Vivi ainda continuou apenas beijando, lambendo, provocando... Sentindo-a por um bom tempo.
E então, quando finalmente encostou a boca e provou o gosto dela, fechou os olhos e se deixou levar pela deliciosa sensação de tontura, loucura, desterro...
Como um redemoinho arrebatador, extraordinário, delirante... Sugada por um magnífico buraco negro... Mergulhada num fascínio deslumbrante, que a levou a ver, tocar e experimentar estrelas...
Suspirando e gemendo, se entregou ao abismo de sensações surpreendentes deliberadamente sem medo.
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Oi Diedra...esse foi o primeiro de seus contos que pretendo ler. Bem que me disseram que suas cenas de sexo eram de tirar o fôlego.
ResponderExcluirMuito bom!
Oi Maira!
ResponderExcluirTd bem?
Já leu todo? O que achou?
bj gde!
Olá Diedra, terceira vez que leio o conto e esse capítulo é minha cena favorita! Parabéns!
ResponderExcluirOlá Diedra, essa é a terceira vez que leio o seu conto e essa é a minha cena favorita!! Parabéns! Bjss
ResponderExcluirAcho q eu ja perdi as contas de quantas vezes ja li rsrsrs.
ResponderExcluirEssa estoria foi a 1 que eu li e me apaixoneiiii, parabens pelo trabalho maravilhoso..
E que venham muitooos por aii rsrs.. Bjs de uma super fã sua :)
Nossa! Ler o conto ao som de Metallica fez meu coração quase saltar pela boca na hora do bjo. Amo demais a banda e seus contos.
ResponderExcluirDiedra... Diedra... Depois te enviarei um poema.
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